GOL 1907 – QUANDO A REPUTAÇÃO E A PREPARAÇÃO FAZEM A DIFERENÇA
- Eduardo L. Lozano de Campos
- 20 de set. de 2016
- 2 min de leitura

Em 29/09/2006, a segunda maior companhia aérea do Brasil enfrentava até então o seu maior desafio, com pouco mais de 5 anos operando em rotas domésticas, a GOL linhas aéreas perde o sinal de um BOEING 737-800 dos radares nacionais e aciona imediatamente o seu plano de crises. O desastre, vitimou 149 passageiros e seis tripulantes, a causa, o choque entre o Boeing e um Legacy 600 fabricado pela Embraer.
Meses após o ocorrido, o Vice-presidente da GOL, David Barioni Neto, deu uma entrevista à revista EXAME detalhando como gerenciou a situação de crise. Barioni havia preparado um manual com cerca de aproximadamente 2.700 páginas para gerir uma eventual crise na companhia, segundo ele, a decisão mais importante no momento da crise foi seguir exatamente o que estava determinado no plano. O documento continha desde formulários pré-definidos para comunicação com a imprensa até um roteiro básico para entrevistas.
Obviamente que a comunicação é um dos principais pilares para gestão de crises, mas no caso da GOL, prefiro relatar a junção da comunicação com dados técnicos favoráveis que a companhia tinha naquele momento, dados aqueles, plantados anteriormente por uma boa e visionária gestão.
Pessoas que entraram nos aviões da GOL naquela época, ouviam sempre o anuncio “GOL a Frota mais moderna do Brasil”, coincidência ou não, a aeronave em questão era a mais nova da companhia e contava com apenas 234 horas totais de voo, número considerado extremamente baixo para uma aeronave daquele porte. Além disso, o comandante do voo era um dos mais experientes da companhia e possuía aproximadamente 15 mil horas de voo, das quais 4 mil eram no Boeing 737. Assim, de forma sucinta, é possível listar alguns pontos técnicos importantes que a GOL possuía para enfrentar aquela crise operacional.
A empresa tinha um plano e uma equipe preparada para atuar imediatamente, de acordo com Barioni, até crachás diferenciados eram parte do uniforme dos funcionários pertencentes ao comitê de eventuais crises.
A GOL mantém suas aeronaves até hoje com idade média de aproximadamente 7 anos, sendo assim considerada uma das frotas mais jovens do mundo.
O piloto era absolutamente experiente e também instrutor de jovens pilotos, passando a certeza da seriedade e compromisso da companhia com a formação de seus principais colaboradores.
A conclusão técnica para o sucesso da Gol no gerenciamento da crise do voo 1907 é basicamente a preparação que todas as empresas devem seguir:
Definir plano e equipe para o gerenciamento de uma eventual crise;
Descobrir quais pontos de crise a organização está sujeita. (Desastres ambientais, riscos de contaminações e etc.);
Analisar potenciais riscos e reduzi-los (Por exemplo: Equipamentos novos ou redundâncias diminuem a possibilidade de falhas ou quebras, elevando índices de qualidade e confiabilidade dos clientes);
Profissionais experientes e capazes de multiplicarem seus conhecimentos com os novos colaboradores.
Todavia, a GOL se viu diante de uma crise, porém fatores robustos como os supracitados, fizeram com que a imagem da companhia fosse preservada e evidenciada de maneira positiva, prova real, os valores das ações da organização não sofreram nenhuma alteração significativa nos dias subsequentes a tragédia.
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