Desastre de Mariana – Plano de Gerenciamento não contemplava variáveis importantes!
- Eduardo L. L. de Campos
- 20 de nov. de 2016
- 2 min de leitura

Em 05 de Novembro de 2015, o mundo assistiu ao pior acidente da mineração brasileira ocorrido no município de Mariana, no estado de Minas Gerais. O acidente ocorreu após rompimento da barragem (Fundão) operada através da mineradora Samarco.
Tal acidente provocou uma verdadeira avalanche de lama (62 milhões de metros cúbicos), matando 19 pessoas e deixando centenas de imóveis destruídos resultando em milhares de desabrigados.
Após o ocorrido, diversas investigações foram feitas em busca das causas do acidente, o portal G1 publicou em 20/11/2015 que havia um plano de emergência elaborado em 2009 por consultoria especializada, porém nunca posto em prática pela Samarco devido a custos. Em contrapartida, uma matéria publicada em 17/10/16 pelo jornal O GLOBO, informa que a Samarco possuía um plano.
A grande questão neste caso, é o quanto o plano era realmente eficiente para o gerenciamento da crise gerada. Se voltarmos nossos olhares novamente para empresas aéreas (sempre estão no topo dos exemplos pois atualmente são as companhias mais bem preparadas para crises), notamos que ao entrar em um avião, recebemos diversas instruções de emergência, algumas até mais detalhadas para passageiros que estão sentados nas saídas de emergência. Por alguns instantes, isso pode nos causar até certa preocupação e questionamentos do tipo: O avião poderá mesmo cair ou pousar na água? A resposta correta seria: Existe a chance, mesmo que remota, vejam que o avião é um dos transportes mais seguros do mundo, porém, apesar das estatísticas baixas de ocorridos acidentais, ainda assim eles podem ocorrer. Estudos mostram que as instruções de emergência dadas antes da decolagem, já salvaram milhares de vidas em acidentes.
Na mesma matéria publicada no G1, a Samarco afirmou que o seu plano de ação no momento inicial da crise foi apenas ligar para os líderes comunitários da região e alerta-los sobre a tragédia. Aqui está o ponto crucial, pensando em uma analogia com as instruções das companhias aéreas, substituindo passageiros por moradores, aviões por barragens, o desastre também era improvável no caso da Samarco, mas nenhum dos moradores teria recebido qualquer informação ou orientação de como agir naquela situação, bem como, não haviam alarmes e tão pouco rotas direcionadas na região para instruir as pessoas a uma rápida evasão do local.
A formação de um plano de crises deverá contemplar sempre todas as variáveis possíveis que podem estar envolvidas ou serem atingidas em caso de falhas, de acordo com o promotor de Meio Ambiente Mauro Ellovitch, o plano de ações emergenciais não previa qualquer tipo de treinamento externo à Samarco. Obviamente não se pode prever onde um avião pousaria em emergência, ou seja, é uma variável impossível de mensurar, no caso de Mariana, o território era uma variável mensurável e conhecida, ainda que não totalmente exata.




Comentários