Aconteceu novamente!
- Eduardo L. Lozano de Campos
- 27 de jan. de 2019
- 2 min de leitura
No último dia 24/01/19, novamente o Brasil assistiu um rompimento de barragem, agora na região de Brumadinho, semelhante ao ocorrido em 05/11/15 no município de Mariana, ambos no estado de Minas Gerais. Independente do número de vítimas ou da magnitude do desastre, a pergunta que se faz é: O que a Vale aprendeu com o ocorrido em Mariana? Por que aconteceu novamente?
Não há dúvidas que os sistemas construtivos das barragens oferecem riscos naturais da própria engenharia, porém absolutamente gerenciáveis e podendo operar de forma segura, desde que aplicadas as manutenções preventivas e de controles adequados.
Desde o ocorrido, até então, a Vale mostrou estar mais preparada para o gerenciamento das suas crises, um dos fatos onde essa questão ficou mais evidenciada, foi a presença do presidente em uma coletiva de imprensa poucas horas após o acidente. O mesmo ofereceu todo e qualquer suporte para buscas de sobreviventes e demonstrou total colaboração da empresa para qualquer assistência.
Porém, a Vale parece não ter evoluído significativamente nos pilares de prevenção e planejamento. Até o momento não foi apresentado nenhum documento oficial referente aos laudos de inspeções e manutenções preventivas da barragem em questão, além disso, no meu post do dia 20/11/16, mencionei a importância da aproximação da empresa com as comunidades próximas, até mesmo sugeri a instalação de sirenes e rotas de fugas direcionadas.
Conforme as notícias divulgadas, a Vale instalou sirenes no município, mas não há confirmação a respeito do funcionamento dos dispositivos nos momentos antecedentes ao desastre. O que chama atenção, é que hoje (27/01/19), o sistema funcionou e alertou os moradores de possível rompimento em uma outra barragem (barragem para contenção de água), mas ao verificar a matéria divulgada no link abaixo, observei a ineficácia da mensagem junto ao toque das sirenes, algo como: “Atenção, atenção, evacuação total da área, procure o local mais alto da cidade”.
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/01/27/moradores-de-brumadinho-contam-momentos-de-correria-apos-sirene-anunciar-risco-de-rompimento-de-barragem.ghtml
Tenho que observar que mensagens alertando evacuações, sem placas de orientações para rotas de fuga, poderiam gerar ainda mais acidentes e transtornos, uma vez que as pessoas buscam tomar decisões desorganizadas e por conta própria tentariam acessar o local onde teoricamente seria o mais seguro. Observem que qualquer estabelecimento simples, como um cinema por exemplo, seguindo o pilar da legalidade, devem indicar todos os caminhos de emergência em caso de incidentes. Por fim, a engenharia existe para mensurar riscos, minimiza-los e gerenciá-los em casos extremos onde a crise infelizmente ocorreu.
Comments